Segundo
Tinhorão, a idéia de usar mensagens musicadas para atrair o consumidor não era
nova, pois desde o século XIX os vendedores de rua faziam uso desse mesmo
artifício ao gritarem a praça pública ofertando seus produtos. Eram os chamados
pregões.
“A acreditar no depoimento do compositor
Antônio Nássara – até hoje não contestado por qualquer contemporâneo –, os
anúncios cantados surgiram no rádio brasileiro em 1932, como umas das muitas
inovações introduzidas pelo famoso Programa Casé, da Rádio Sociedade Philips do
Brasil, PRC-6, do Rio de Janeiro.” (TINHORÃO: 1981)
A
palavra jingle é de origem inglesa e tem como significado tinir, retinir, soar.
Na linguagem publicitária, no entanto, ele é definido como uma composição
musical e verbal de longa (15 a 30 segundos) ou curta duração (uma frase
musical ligada a um nome de marca ou de um slogan) feita especificamente para a
apresentação ou venda de determinada produto. Podemos definir jingle como sendo
“[...] uma pequena peça musical cuja função é a de facilitar e estimular a
retenção da mensagem pelo ouvinte. O jingle é geralmente curto e sua melodia é
ao mesmo tempo simples e de fácil compreensão” (SIEGEL, 1992). De acordo com o manual
da agência Mccan-Erickson (1960), jingle é a combinação entre música e letra assemelhando
a mensagem a uma pequena canção. A INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação - define jingle como sendo a “mensagem
publicitária em forma de música, geralmente simples e cativante, fácil de
cantarolar e recordar, criada e composta para a propaganda de uma determinada marca,
produto, serviço”.
De
acordo com a historiadora Rosalind Miles (1990) desde o terceiro milênio antes
de Cristo, a história foi sendo documentada do ponto-de-vista masculino, sendo
as ações dos homens o centro de todo esse registro. As mulheres seriam citadas
apenas em função de sua ação social, enquanto “fêmeas da espécie”, restritas à
casa, ao universo familiar. Já com as sociedades de caça, segundo Muraro e Boff
(2002), as relações de força se iniciaram e o masculino passaria a ser
predominante, vindo a se tornar hegemônico no período histórico, quando assume
para si o domínio público e deixa o privado para a mulher.
No
universo dos jingles, inclusive, a mulher era tratada como a rainha do lar. Tal
fato se evidencia nos produtos que a ela eram destinados e a forma como lhe
eram oferecidos nos anúncio cantados.